A indústria da moda é notoriamente um dos maiores poluidores do mundo. De acordo com o The New York Times, quase três quintos de todas as roupas nos EUA acabam em incineradores ou aterros sanitários dentro de um ano de produção. Em Portugal, 200 mil toneladas de roupa são descartadas anualmente. E a indústria da moda ainda está longe de solucionar esse problema.
As questões
ambientais têm, no entanto, se tornado alvo de preocupação por parte dos
consumidores e essa consciência coletiva tem provocado impactos negativos na
indústria da moda, forçando-a a encontrar alternativas sustentáveis. Esse
impulso tem sido, também, provocado pelo surgimento de pequenas marcas no
sector da moda, obrigando as grandes marcas a procurarem por novas soluções.
Para lá da preocupação e consciência em utilizar materiais orgânicos,
biodegradáveis e/ou reciclados, surge o upcycling - a resignificação de
produtos no fim da sua vida útil, que iriam para o lixo, transformados em novas
peças. Esse tipo de artigos que há alguns anos eram vistos como mais baratos ou
sem valor, ganham agora uma resignificação não
só dos materiais que seriam descartados em aterros, mas também, do valor dos
produtos, uma vez que atualmente são considerados alternativas criativas,
comercializados em número limitado, com designs diferenciados. Surge, assim, uma
maior procura por artigos únicos, cujo valor acrescentado baseia-se não só na
qualidade dos detalhes, mas numa produção ambientalmente responsável.
O upcicling que hoje compartilho é com base na reutilização de câmaras de ar de pneus velhos utilizadas como matérias-primas para a confeção de malas, mochilas e carteiras. 1,5 mil milhões de pneus são descartados anualmente em todo o mundo. Vale mesmo a pena repensarmos sobre os artigos que consumimos e darmos preferência a artigos concebidos com o reaproveitamento de materiais.
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