NÃO TENHO PRESSA DE RETORNAR À NORMALIDADE.

QUAL NORMALIDADE?





Não tenho vontade de retornar a isso a que chamam normalidade. Nao percebo sequer a pressa de alguns. Não tenho pressa de retornar à correria. À azáfama. À pressa de não viver. À pressa do consumo. De mostrar o bronze. De mostrar o que se vale.  O que se aparenta ser. Não valho nada. Não tenho absolutamente nada a mostrar. Sou quem sou. Não tenho etiquetas. Não tenho rótulo. Não tenho preço. Enxerga quem quer. Nao estou nesta vida para agradar. Quem quiser compreender-me esforçar-se-á. Questionar-me-á. Mas ainda assim. Há sempre algo que parece ser mais  importante para além de mim mesma. Lá fora. Que mereça maior preocupação do que simplesmente ser. Há sempre uma determinada postura a ter. Uma determinada palavra a usar. E não. Não há. E aqui estou eu apenas a ser. Sem tentar agradar a ninguém. Sem evitar frustrar ninguém. Neste isolamento abro-me cada vez mais. A mim mesma. Questiono-me. Aceito-me. Respiro. Compreendo-me. Gostava de nunca mais retornar à normalidade. Gostava que um novo mundo insurgisse. Com novas perspectivas. Novos valores. 

Comentários