Quando até uma pianista tem de levantar a voz, é porque algo está muito errado.

Olha o absurdo: uma das maiores pianistas portuguesas, Maria João Pires, podia simplesmente estar preocupada em tocar… piano. Mas não. Agora também precisa de defender ecossistemas, zonas protegidas e comunidades inteiras. Onde é que já se viu? 


O problema é que ela tem razão. Nas últimas semanas, dois megaprojetos fotovoltaicos estão a dar que falar — a Central Sophia e a Central Beira — previstos para avançar numa área que inclui parques naturais, zonas REN, RAN, Rede Natura 2000, corredores de aves migratórias e florestas autóctones. E sim, a transição energética é urgente. Mas não pode ser feita destruindo aquilo que estamos a tentar salvar. Onde ficam estes projetos? Ambas as centrais representam quase 1000 hectares — cerca de 1340 campos de futebol — de ocupação direta. Estamos a falar de uma transformação massiva da paisagem, da biodiversidade e da vida das populações locais. 


O que está realmente em causa? 

Segundo especialistas, estes megaprojetos levantam riscos como: Destruição de milhares de árvores autóctones Aumento da temperatura local e criação de ilhas de calor Perda de solos férteis Impacto nas rotas de aves migratórias Risco acrescido de incêndio Colapso do turismo rural Danos irreversíveis na paisagem cultural e espiritual da região Esta não é a transição energética que precisamos. 


É um retrocesso disfarçado de progresso. 
 Mas alternativas existem — e já funcionam noutras cidades 

Enquanto Portugal insiste em colocar centrais gigantes em áreas naturais sensíveis, lá fora já se faz diferente.


Em Copenhaga, uma escola tem 6.048 m² de painéis solares integrados no edifício. 




Em Tilburg, nos Países Baixos, uma estação rodoviária opera quase exclusivamente com energia solar.




Em Viena, uma estação de metro utiliza painéis ultraleves que chegam a fornecer 50% da energia diária e evitam 21 toneladas de CO₂/ano. Ou seja: há soluções urbanas, integradas, inteligentes e sustentáveis. Não é preciso arrasar ecossistemas inteiros para produzir eletricidade. 




A voz de uma pianista não devia ser a última linha de defesa.  Mas, neste caso, é isso que está a acontecer. 

E se até quem dedicou a vida à música se vê obrigada a tocar o alarme ambiental… é porque todos nós temos de ouvir. 

Se também queres parar estes projetos enquanto ainda é possível, assina a petição: ➡️ https://peticaopublica.com/?pi=PT126132 

A transição energética é urgente. Mas não à custa da natureza, nem das comunidades que dela dependem.

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